Escola de dança virtual deve ser lançada no fim de setembro
Camilla Caetano – especial para o Diário
Léo Klone: o nome de um artista que com certeza já se ouviu falar e já esteve presente em mais de 15 países. O que muitas pessoas talvez não saibam sobre esse dançarino de hip-hop reconhecido mundialmente, é que além de ser petropolitano, dançar talvez não fosse o seu sonho, mas, começou a se concretizar nas quadras do Colégio Estadual Dom Pedro ll (Cenip), em um Festival Cultural que aconteceu no ano de 1999. A partir disso, Léo nunca mais se desvinculou da cultura urbana.
Ele é presença sempre confirmada no festival petropolitano Dançar por Dançar e coleciona os títulos de campeão nacional que conquistou em festivais de hip-hop que aconteceram em Curitiba e Joinville, por exemplo. Além do mais, quanto mais executava e aperfeiçoava seu trabalho, mais conhecido nacional e internacionalmente ele foi ficando. Hoje, aos 34 anos, ele também atua como professor de dança em três escolas diferentes e marcou território em, no mínimo, 17 países da América Latina, ao Ocidente Europeu. Impossibilitado de executar seu trabalho presencialmente por causa da pandemia, e, com a ajuda de um parceiro do ramo, ele pretende lançar um site no final do próximo mês, que funcionará como uma escola virtual de dança. Além disso, Leo também tem um projeto que promete fomentar a cultura da cidade.
– Eu comecei a dançar em Petrópolis, em 1999, ano em que eu estudava no Colégio Dom Pedro ll (Cenip). Lá tinham festivais culturais que aconteciam anualmente, e, em um deles, eu e uns amigos decidimos participar com uma coreografia inspirada em “boy bands”, nos grupos que tínhamos como referência na época. Montamos a coreografia e dançamos. No dia da apresentação, tinha um professor que nos assistiu e que nos ofereceu uma bolsa para fazermos as aulas de dança na Academia Movimento. E foi assim que dei início à minha carreira, fiz aulas com vários professores que me ajudaram muito, e fomos começando a ganhar notoriedade nesse universo que é a arte urbana – confirmou o dançarino.
Expandindo horizontes:
Após os concursos nacionais, ele começou a dar aulas em diversos locais de Petrópolis, como por exemplo, Academia Movimento, Realce, na Escola de Dança da Ana Lu e Guto Muniz, e até mesmo no Colégio Alaor. Entretanto, seus desejos despertaram nele a vontade de expandir seus horizontes. Foi quando se mudou para o Rio de Janeiro, e então, pôde realizar turnês pelo mundo inteiro.
– Uma vez, uma professora me disse que eu estava desenvolvendo meu trabalho bem demais, e por isso, eu precisava ampliar os meus horizontes. Eu concordei na hora, comecei a frequentar a casa de uns amigos no Rio de Janeiro. Em 2009, recebi o convite para dançar numa companhia que ia estrear o seu trabalho em Paris, e assim, acabei me mudando para o Rio, para poder ensaiar pro espetáculo. Também comecei a trabalhar com a Companhia Urbana, onde conheci seis países. Depois, no Grupo de Rua, conheci mais 11, como Estados Unidos, Chile, Argentina, Áustria, Londres, Bélgica, entre outros. Foi muito bom, conheci muitas culturas através desse trabalho e, em 2016, eu dancei nas Olímpiadas – relembrou ele, salientando que ao lado da Undermob, foi pioneiro em realizar seu trabalho dentro do metrô.
Escola virtual de dança:
Léo também é um exemplo de pessoa que sabe estar no local certo, e na hora certa. Em uma de suas apresentações dentro do metrô, ele conheceu um americano, responsável por uma ONG na Favela da Rocinha, que o convidou a ser professor no Ace Projets. Ao começar a fazer shows com um grupo dos Estados Unidos, também foi convidado para ensinar no Studio Valor Arte, e no Centro de Movimento Deborah Colker – locais que trabalha atualmente, no Rio de Janeiro. A restrições impostas pelo novo coronavírus tem feito com que ele se reinvente.
– Hoje tenho oportunidade de ensinar pra uma galera que, futuro, serão os próximos professores, dançarinos, e artistas. A dança te ajuda em tudo na vida, ela é bem eficaz. Com a pandemia, o número de alunos que eu costumava atender foi reduzido há aproximadamente um terço do total. Por isso, eu e um companheiro de trabalho, elaboramos o projeto de montar uma escola de dança virtual, através de um site, para expandir a rede das aulas online. No momento, estamos compondo o cenário para começarmos a filmar. Neste site, também venderemos produtos feitos por artesãos da cidade. A previsão é de que seja lançado até o final de setembro – informou o dançarino, ao Diário de Petrópolis.
Estúdio Musical em Petrópolis:
Mesmo colecionando experiências pelo mundo inteiro, uma parte do coração de Leo Klone sempre será petropolitano. Seus pais ainda moram no Sargento Boening, no Alto da Serra, e, o dançarino diz que tem a intenção de montar um estúdio no local, para fomentar ainda mais a cultura da cidade.
– A dança me proporcionou a oportunidade de conhecer lugares que nunca imaginei que eu pisaria, no entanto, também estou aproveitando esses momentos para estudar música aqui no Rio de Janeiro. Os meus pais ainda moram no Sargento Boening, onde possuem um terreno. Futuramente, pretendo construir um estúdio de música por ali– afirmou.
Outras informações sobre o artistas estão disponíveis em seu perfil no Instagram @leonardoklone