Transmissão ao vivo acontecerá nesta próxima quinta-feira, dia 10
Camila Caetano – especial para o Diário
É bem verdade que novos tempos, exigem das coisas, um novo formato. Deste modo, e em razão da pandemia, a Roda Cultural do Centro de Cultura, está migrando dos gramados da Praça da Águia para uma plataforma digital, com transmissão ao vivo, que acontecerá na próxima quinta-feira (10), a partir das 19h. Este, foi um dos projetos petropolitanos aprovados pelo edital emergencial da Secretaria Estadual de Cultura e Economia Criativa. Certamente, muitas pessoas já conhecem o movimento. O que nem todos sabem, é da sua história, e das mãos invisíveis que o moldaram e fizeram com que o mesmo tomasse forma.
Lucas Sixel, petropolitano, produtor cultural, articulador da Roda Cultural e vice-presidente da Nação Hip-Hop Petrópolis, é uma das mãos invisíveis que fizeram com que o movimento ganhasse a proporção que tem hoje em dia. Ele conta que se apaixonou pela cultura urbana, em meados de 2001 quando começou a dançar street, e break dance. Ao longo de sua trajetória, participou de festivais de dança em diversos locais do país, até que começou a dar aulas, e sentiu o desejo de começar a produzir os eventos artísticos. Como produtor, já atuou no Rock in Rio, no Rock Bh, já acompanhou a banda Detonautas, entre outros.
– Comecei no street, e depois fui pro break dance, em meados de 2001, onde me apaixonei ainda mais pela cultura urbana. Participei de festivais de dança por diversos locais do Brasil com o grupo Street Dance Soul, após isso, fui pra Academia Movimento, onde comecei a ter mais informações sobre o mundo do hip-hop, coisa que não tinha antes, devido a escassez de informações. Me profissionalizei e comecei a dar aulas com o Leo Klone, na escola da Ana Lu e do Guto Muniz. A partir de um espetáculo que tínhamos criado pros alunos, eu estava sentado no teatro e pensei que gostaria de estar atuando por trás das cortinas, produzindo os eventos – relembrou Lucas, salientando que o contato com outros grupos de arte urbana foram clareando os horizontes da produção cultural.
Fundação da Roda Cultural do CDC:
Antes da Roda Cultural do CDC existir, muita coisa aconteceu. Um exemplo disso, foi a fundação da Nação Hip-Hop Petrópolis, em 2006, que abrangia DJ’s, Mc’s, b-boy, grafiteiros e diversas outras pessoas envolvidas com a cultura urbana na cidade. Deste modo, o coletivo começou a fazer parte do Conselho Municipal de Cultura. Os eventos e encontros aconteciam de forma itinerante, como por exemplo, na pista de skate (Praça Duque de Caxias), e em um bar que funcionava na Rua Dr. Nelson Sá Earp. Esses acontecimentos foram essenciais para que a Roda Cultural começasse a existir sete anos depois, em 2013.
– Na época a Nação Hip-Hop fazia parte da UJS (União da Juventude Socialista) e da APE (Associação Petropolitana dos Estudantes), onde conseguimos organizar movimentos pra conquistarmos um passe livre e afins. Nesses tempos, conseguimos agregar muitas pessoas a nossa luta, e, com a ajuda da APE, pudemos fazer os nossos eventos no Teatro Mariano, totalmente gratuitos e com bastante fomentação da cultura. Em 2013, e com mais conhecimento, eu e uns parceiros começamos articular a Roda Cultural, como as que aconteciam no Rio de Janeiro, mas, numa pegada mais audiovisual. Fizemos uma divulgação básica, e reunimos artistas, e articuladores da arte urbana em um bar, na Praça do Cenip. O Durango Kid, um companheiro do grupo, deu a ideia de o nosso ponto de encontro ser no gramado da Praça da Águia, pois, seríamos ouvidos por estarmos localizados perto da Câmara Municipal, e da Fundação de Cultura da época – disse ele, complementando que os encontros começaram a acontecer na quinta-feira, pois, era o dia em que havia uma plenária na Câmara.
Objetivo do movimento:
A Roda Cultural teve inicio com o intuito de englobar toda manifestação artística existente, abrangendo todas áreas atuantes na cidade, e, começou a ganhar corpo, e trabalhar mais, através dos editais do Conselho Municipal de Cultura, onde, ao ocupar a cadeira da Arte de Rua, foi possível dialogar com os poderes públicos em relação às situações mais burocráticas e realização de eventos. Em 2013, o projeto Roda Viva, que era uma edição especial da Roda do CDC, também foi aprovado no edital.
– O primeiro festival de cultura urbana de Petrópolis foi realizado na Praça da liberdade em 2014, com a ideia de homenagear o primeiro ano do Roda Viva com um evento grande. O segundo, foi 2016, e contou com a participação de diversos artistas renomados como por exemplo, Flora Matos, Mc Marechal, Nelson Triunfo e outras bandas locais de rap, rock e reggae. Minha vontade de trabalhar com isso surgiu por que Hip-Hop é um movimento inclusivo, que abrange várias classes sociais com foco nas menos favorecidas. Tivemos muita oportunidade de fazer eventos privados, mas, esse nunca foi o nosso foco. Sempre procuramos ocupar as praças pública, e fazer eventos gratuitos, com apoio dos editais – destacou salientando que seu maior sonho para a cidade, é criar uma casa de arte educacional.
Live dia 10:
Devido a crise de saúde que estamos vivendo recentemente, e dada a aprovação do projeto, escrito por Cris Monteiro, presidenta da Nação Hip-Hop Petrópolis, no edital da SECEC, pela primeira vez, a Roda Cultural do CDC fará um evento online. Mesmo em um novo formato, a mesma manterá o costume de ser realizada quinta-feira, e, acontecerá nesta próxima, dia 10, a partir das 19h, no perfil do Facebook e Instagram da Roda Cultural (@rodaculturaldocdc).
– A live será gravada no espaço Cria Local, onde as medidas de segurança serão seguidas. Teremos batalhas de Mc’s, de poesia, de grafite, e afins. Eu farei a discotecagem, e vai rolar transmissão simultânea, nos canais da Roda e da Nação, no Facebook e no Instagram. É a primeira vez que faremos um evento online, estamos meio ansiosos pra saber como vai ser de fato. Estamos bem animados e queremos ver esse novo formato. Tendo sucesso, daremos continuidade – disse ele, complementando que no Instagram, o perfil da Nação pode ser encontrado como @nhhpetropolis.
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